Cooperativa é apontada como solução
Os pequenos produtores de maçã e de outras frutas do município e da região devem formar cooperativas para competir no mercado. Atualmente, como eles não possuem condições de armazenar as frutas, comercializam logo após a colheita, justamente quando o preço é o mais baixo. O problema foi levantado durante o 7º Senafrut – Seminário sobre Fruticultura de Clima Temperado. O evento é um dos maiores do gênero do país, iniciou ontem e está sendo realizado pela Epagri até hoje no Parque da Maçã.
A fruticultura é uma das principais atividades econômicas da Serra Catarinense. Envolve direta e indiretamente cerca de 30% da população dos municípios. Só com maçã estão cultivados 9,5 mil hectares na região de São Joaquim. A cultura movimenta mais de R$ 3 milhões por ano. Existe ainda a pêra, a goiaba e a uva. Essa última possui 140 hectares em produção e outros em fase de implantação. Em poucos anos, a região deve ter mais de 300 hectares.
Na área da maçã existem algumas cooperativas, mas a maioria dos pequenos produtores cultiva o solo, cuida dos pomares, colhe e comercializa de forma isolada. “O principal problema é a organização dos produtores. Eles podem trabalhar sozinhos, mas principalmente na comercialização devem atuar em conjunto”, explica o coordenador do evento, engenheiro Agrônomo Názaro Vieira Lima.
O benefício da formação de cooperativas seria a melhoria da qualidade dos frutos e a possibilidade de implantar câmaras frias para armazenamento. Os equipamentos são caros e sem acesso, os pequenos produtores comercializam logo após a colheita. Vendem a preços baixos. Armazenando, poderiam aguardar a melhor época para vender, recebendo um preço mais justo pela produção.
Em relação as exigências dos órgão ambientais, que estão cobrando uma adequação por parte dos fruticultores, o coordenador do evento avalia que os pomares implantados principalmente em São Joaquim estão dispersos, em pontos isolados e praticamente não agridem o meio ambiente. “A Lei é feita para todo o Brasil. Precisamos criar um ajustamento de conduta adequado para a nossa realidade”. A maioria dos produtores já utiliza o sistema de produção integrada, que define quais defensivos podem ser utilizados e reduz a aplicação. Outros estão investindo na produção orgânica, eliminando o uso de qualquer produto químico.